Cantinho da Helô

Saturday, May 31, 2008

O Homem Urso


Nessa última quinta-feira, após o trabalho, resolvi alugar um dvd com um documentário que há muito ansiava por ver. "O Homem Urso", filme do alemão Werner Herzog (de “Aguirre, a Cólera dos Deuses”), conta a história de vida e morte de Timothy Treadwell, auto-entitulado ecologista e defensor dos ursos pardos do Alasca.

Eu li sobre isso em 2004 na revista “Seleções”, e a história realmente me assustou e instigou. Eis que em 2005 saiu o filme. Perdi a exibição no cinema, mas o fato nunca me saiu da cabeça.

Tim passou 13 verões no território gelado defendo os animais que amava de inimigos pouco reais. É interessante relatar que nos últimos 5 desses 13 anos, Treadwell iniciu uma série de documentários caseiros de suas expedições, produzindo mais de 100 horas de filmagem, cujo material Herzog utilizou em sua película.

Em seus relatos, Treadwell chorava, inventava inimigos, blasfemava contra a humanidade em geral, e fazia juras de amor eterno a seus enormes protegidos. Em muitos momentos, fiquei penalizada pelo rapaz tão jovem e tão desestabilizado que falava para as câmeras. Só pensava: O que esse homem está fazendo ali???

Mas, Tim sabia que o estava fazendo. Ex-ator, saiu-se muito bem como cineasta. E era perfeccionista. Repetia várias vezes a mesma cena. Parecia que realmente estava num filme. No filme da sua vida.


Bom, todo mundo sabe que o urso pardo é considerado um dos animais mais perigosos do mundo (e estão longe de estarem em extinção!!!). Apesar disso, Timothy se arriscava constantemente perambulando no meio deles, acampando em locais isolados, em barracas camufladas para fugir da polícia florestal.


Nota-se instantaneamente ao ver o filme que Tim se achava um deles. Ao menos, queria ser. Era um homem-urso! Ele acreditava que os animais eram íntimos e o reconheciam. Dava nomes a todos.

O fato é que em outubro de 2003, Timothy e sua namorada Amie foram brutalmente assassinados e devorados por um de seus “amiguinhos” peludos. Tudo foi registrado pelo áudio de sua câmera (!) mas graças a deus Herzog nos poupou dessa agonia (não suporto ver sofrimento de nenhuma espécie!!!).

A morte aconteceu porque o ecologista resolveu ficar um mês a mais (coisa que nunca tinha feito) num território cujo verão há muito se fora, e com a chegada da primavera o alimento começava a diminuir e os animais selvagens começaram a ficar famintos.

Foi um episódio raro de agressão no Parque Nacional Reserva Katmai (Alasca). No entanto, um final previsível para um ser humano visívelmente esquizofrênico.

O longa ganhou diversos prêmios de melhor documentário mundo afora. Não dá para ficar indiferente a essa história. Não mostra exatamente como era Treadwell - o homem, mas faz uma investigação sobre o comportamente humano, sobre convivência, limite e sanidade.

Monday, May 26, 2008

Os Produtores


Sábado fomos ver Os Produtores – O Musical. Adaptado por Miguel Falabella da obra de Mel Brooks e Thomas Meehan, só tenho um porém para o espetáculo: muito longo!

A carreira do diretor teatral Max Bialystock (Miguel Falabella) tem sido um fiasco repleto de produções que não passam do primeiro espetáculo, fazendo com que este chegue à bancarrota. Tudo muda quando ele conhece o neurótico contador Leopold Bloom (Vladimir Brichta) que descobre, a partir dos números, que um fracasso pode ser mais rentável que um sucesso. Dessa forma, Bialystock resolve produzir o pior musical da história.


O primeiro passo é encontrar o pior roteiro teatral do planeta. Eles resolvem montar Primavera para Hitler, escrita por um ex-nazista esquizofrênico. Para dirigir a peça escolhem o mais decadente diretor de Nova York, Roger de Bris (Sandro Cristopher, muito bom!), que resolve fazer da peça um musical gay e acaba como ator principal da trama. Como protagonista, a bela sueca Ulla (Juliana Paes), que mal fala o idioma do país. Acontece que, contrariando todas as expectativas, o musical vira um sucesso para desespero dos dois produtores.

Ambientado no fim dos anos 50, a versão para a Broadway faturou 12 Tonys, premiação máxima do teatro norte-americano.

Os atores estão todos muito bem. Falabella, Brichta (excelente e muito engraçado!) e Juliana (quem diria, a moça canta, e bem! Só não dança, mas faz sua graça). O elenco de apoio composto por atores-cantores-bailarinos é bacana. O cenário é um show à parte: dinâmico, colorido, muito bem estruturado.

Se não fosse a duração do espetáculo (3h!!!), seria um programa fantástico para uma noite de sábado, mas o chá-de-cadeira que se leva atrapalha. Outro grande problema é que no Vivo Rio você assiste a tudo de lado. Haja coluna e disposição!

Friday, May 23, 2008

Speed Racer


Quinta- Feira, feriado de Corpus Christi, fui terminar meu dia no cinema. Fomos, eu e Claudinho, ver Speed Racer.


Speed Racer é o um anime sobre corridas de automóveis dos anos 60 criado por Tatsuo Yoshida. O nome original é Go Mifune, e conta a hitória de um jovem piloto de corridas que dirige o carro Mach 5 desenvolvido por seu pai, Pops Racer. Ele namora a espevitada Trixie, e juntos vivem diversas aventuras dentro e fora das pistas. O ponto forte do desenho era a trilha sonora que tornava ainda mais emocionantes as corridas em que o piloto participava, sempre repletas de acidentes espetaculares, e realizadas em locais inusitados, como selvas, desertos, e vulcões.


Bom, o que vi ontem no cinema foi um samba-do-criolo-doido-infanto-tecnológico. Speed Racer – O Filme, produzido pelo cultuados irmãos Andy e Larry Wachowiski (da trilogia Matrix), é um filminho difícil de se assistir. A mistura de personagens reais + computação gráfica dá dor de cabeça (sério, eu fiquei nauseada!!!). Muitas vezes o colorido e a velocidade das imagens é tamanho que você não sabe o que está se passando. É tanta informação visual que uma boa história fica perdida.


O elenco é bom: tem Emile Hirsh no papel de Speed, Cristina Ricci como Trixie, John Goodmann como Pops, Susan Sarandon como a mãe de Speed, e o gatão lá da série Lost (q eu esqueci o nome) como o Corredor X. Pobres atores massacrados pela tecnologia de ponta!!! E já que estou falando de elenco, o q é aquele irmão mais novo do Speed, o Gorducho? Q garotinho chato, pelamordedeus!!! Nas cenas em que ele aparece, o filme descamba vertiginosamente para o infantil, com um humor que só uma criança de 5 anos apreciaria.


E cadê a trilha sonora??? Gente, a música-tema não tocou!!! Por um momento ela quase foi, mas não foi!! Que isso? Nota zero com louvor.

Tricolor de Coração


Homenagem ao meu time querido, que me deu uma alegria muito grande nesta quarta-feira (21/05). Eu estava lá no maracanã. Que jogo sofrido, que vitória merecida!!! Dá-lhe Flusão!!!

Tuesday, May 20, 2008

Na Natureza Selvagem – O Livro


Ontem terminei de ler um livro que comprei semana passada, mas fazia tempos estava interessada em ler. Chama-se “Na Natureza Selvagem” do jornalista e aventureiro John Krakauer. Meu interesse se deu após ver o trailer do filme homônimo, baseado no livro.

A obra conta a história de Chris McCandless, jovem de 22 anos que após concluir seu curso em 1990 na Emory University de forma brilhante, abre mão de tudo para correr o país (EUA) com sua mochila. Seu destino é o norte, mais precisamente a “última fronteira”, o Alasca.

Inspirado pelos trabalhos de escritores como Jack London, Leon Tolstoi e Henry David Thoreau, dos quais é leitor ávido, ele doa todas as suas economias (cerca de US$24 mil!!!) para a caridade, rasga o pouco dinheiro que tem no bolso, abandona o carro num local ermo, e começa sua expedição. A partir de então, se torna um andarilho, um caroneiro, e adota a alcunha de Alexander Supertramp.

Ao longo do caminho, passa por apuros e situações diversas, alternando períodos na estrada e trabalhos temporários. Conhece pessoas muito interessantes e prestativas, que irão ajudá-lo em sua jornada. Porém, o desfecho de sua odisséia é trágico.

Um livro para ler, refletir, pensar profundamente sobre nossos objetivos. Para onde ir, quem somos, o que queremos ser, o que nos interessa de verdade, e o que nos leva a arriscar tudo muitas vezes sem medir as conseqüências. Aonde nos guia a nossa liberdade, a nossa sede de descobertas???

Thursday, May 15, 2008

Momento Drummond



Essa poesia abaixo não é minha - óbvio. Que luxo de poeta, esse Carlos Drummond de Andrade!!! E estudou no mesmo colégio que eu (rsss).
Achei bonito, achei sincero, achei verdadeiro. Amar é aprender, e quanto mais se amadurece, mais se aprende. E quanto mais se aprende, mais sereno fica. E quanto mais sereno, mais se ganha. E um dos ganhos é aprender a amar melhor (com paciência, com dedicação, sem cobranças, e compreendendo que o outro não te pertence, e sim, te faz companhia). Um dia eu chego lá!!! =)
Amor e seu tempo

"Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe.

Valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio,
minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência,
herdada, ouvida. Amor começa tarde".

Tuesday, May 13, 2008

O Sonho de Cassandra


Assisti nessa segunda ao filme do Woody Allen, “O Sonho de Cassandra”. O filme é realmente surpreendente. É uma história sobre o limite do ser humano, sobre consciência, e sobre como viver de aparências.

Tudo começa com a aquisição do barco Sonho de Cassandra. Os irmãos Ian (Ewan McGregor) e Terry (Colin Farrell) não conseguem - nem se conformam - em viver de acordo com o padrão de vida condizente com seus ganhos.

Os dois sonham em ser ricos e bem sucedidos como o tio Howard, dono de um patrimônio em clínicas de estética na Califórnia. Como não descobriram uma forma de ganhar dinheiro rápido, tentam manter as aparências.


Enquanto Terry é mecânico em uma oficina e jogador compulsivo, Ian administra o restaurante do pai e usa os carros que pega emprestado na oficina de Terry para sair com mulheres, dando a elas uma falsa impressão de que é muito bem de vida.


A hora da mudança surge com a visita de Howard. Porém, há uma condição: um crime que irá mudar a vida dos dois.


Filmado em Londres, O Sonho de Cassandra é o terceiro filme consecutivo do diretor na cidade, que está numa fase de assassinatos e tragédias (vide “Match Point”).

Thursday, May 08, 2008

Homem de Ferro


Sou fã de quadrinhos desde a tenra idade de 4 anos. A princípio colecionava todos os gibis do Maurício de Sousa (Mônica, Cebolinha, e Cascão – a Magali só ganhou gibi quando eu tinha 11 anos) e da Disney (Pato Donald e Tio Patinhas).

Com o tempo, o meu gosto infantil deu lugar ao gosto pela aventura (que tenho até hoje) e descobri o mundo dos super-heróis. Foi então que fiquei fã do Homem-Aranha, do Capitão-América, do Hulk, do Thor, do Batman, e do Homem de Ferro. Só mais tarde me dei conta de que a maioria dos heróis que eu gostava, com exceção do Batman, eram de um mesmo criador, o Stan Lee, e fiquei fã do danado.

Sempre que estréia um filme de quadrinhos, eu tô lá no cinema conferindo. Na grande maioria das vezes fico satisfeita com a diversão, mas frustrada com o resultado da adaptação. Ontem eu fui ver o filme do Homem de Ferro. ADOREI!!!

Não ia muito com a cara do Robert Downey Jr, mas ele realmente ficou bem na pele do Tony Stark, milionário inventor e industrial do mundo das armas - e playboy de carteirinha – que se vê obrigado a usar um aparato de ferro no peito para não morrer. Bom, a história de Tony Stark é bem mais complexa que isso, mas resumindo, ele cria uma armadura superpoderosa para sobreviver e quando toma consciência de que as armas que produz ao invés de proteger incentivam uma matança, começa a usá-la para combater armas que construíu, e torna-se um herói.

Mas, preciso confessar que o momento mais bacana do filme é exatamente a cena em que a maioria das pessoas não viu. Quando terminam os créditos, há uma cena chave, que poderá servir de link para uma continuidade, e até quem sabe, um futuro filme com todos os personagens de Lee reunidos. Para quem ficar até o final dos créditos, vai ver Samuel L. Jackson na pele de Nick Furie, agente da Shield, organização ultra-ultra secreta que é personagem constante de todas as histórias de heróis com a assinatura de Stan Lee. Se vc lê quadrinhos sabe que Furie foi feito baseado no ator, então vê-lo na tela é ver o personagem realmente ganhando vida. SENSACIONAL!!!

Nota 10 também para efeitos especiais e trilha sonora, mais rock’n roll impossível, com ACDC, Muse, Filter, e é claro, com Black Sabbath e seu Iron Man.

Gente, imperdível!!! Não vou contar mais, mas mesmo que vc não seja um grande admirador ou conhecedor da estória, assistir ao filme também será um ótimo divertimento.

Wednesday, May 07, 2008

Um Plano Brilhante


Nas terças, geralmente tiro um tempinho para ir ao cinema. Ontem não foi diferente. Assisti ao filme “Um Plano Brilhante”, do diretor Michael Radford.
A estória se passa na década de 60, em Londres. Demi Moore é Laura Quinn, uma executiva dedicada e ambiciosa porém insatisfeita com seu trabalho, pois não consegue progredir em sua profissão dominada por homens.
O faxineiro do prédio (Michael Caine, um luxo!) prestes a se aposentar, convence a executiva a ajudá-lo num plano audacioso: roubar um punhado de diamantes da empresa onde trabalham, a London Diamond Corporation.

Muito interessante do início ao fim, com um roteiro instigante e trilha sonora tão brilhante quanto o título do filme: recheada de jazz, combinando a bessa com a ambientação e a época em que se passa a narrativa.

Tuesday, May 06, 2008

A Ordem do Mundo


Quarta-feira, antes do feriado, ganhei convites e fui assistir a peça “A Ordem do Mundo”, que está em cartaz aqui perto de casa, num dos muitos teatros do shopping da gávea.

A peça é um monólogo que gira em torno do cotidiano de uma mulher muito culta e observadora, que comenta de forma eloqüente e pessimista - com doses de humor-negro e sarcasmo – o mundo em que vive. Drica Moraes – que é uma excelente atriz - faz o papel da pesquisadora que lê todas as notícias dos jornais para entender seu conteúdo e emitir seu parecer técnico e científico sobre o que foi lido (comentários esses que acabam servindo de critério para sua vida pessoal).

Texto de humor corrosivo que nem sempre alcança as risadas esperadas do público. O cenário é bacana, mas o ponto alto é realmente a atriz, que com um texto menos chato teria mais chance de brilhar em cena.