Cantinho da Helô

Thursday, April 05, 2018

Vidas Expressas




Esse texto vai nascer e germinar aqui e provavelmente pouca gente vai ler ou até gostar. A melancolia de meu resfriado me fez pensar, sem nenhum desejo de saúde ou melhoras, o que já observo a tempos e até já li a respeito: todo mundo está conectado, todo mundo sabe a respeito de tudo, mas ninguém realmente quer se inteirar de nada. Ninguém mais quer ser parte integral comprometida de um todo.

Reparo nos amores expressos, nas amizades expressas, nos casais expressos, nas famílias expressas, nos conhecimentos expressos. Todo mundo sabe de tudo, mas ninguém sabe realmente profundamente de nada. Tudo raso, nada profundo. Um desinteresse que é muito triste. 

Confesso ser difícil para mim lidar com isso, eu não sou de amizade fácil, mas quando gosto, quero manter. Tenho tido dificuldade de manter, porque se eu não procurar, ninguém novo procura. Com uma exceção ou outra, só os velhos amigos continuam na jogada.

As vezes me vejo as voltas com ingressos gratuitos para shows e filmes e peças e ballet, e com poucas opções na lista de amigos para chamar. Mas os velhos, continuam lá.,.. graças a Deus que eles existem!!!

Era tão fácil manter contato em remotos tempos só de cartas e telefonemas, e agora que tudo está na palma das mãos, parece que ninguém deseja isso mais. Que paradoxo maluco! Mas o povo das antigas, é resistente.

Sinto isso nos relacionamentos novos: então um cara se interessa, e me escreve, e trocamos mensagens, e depois ele só me manda fotos, e não quer saber como eu estou, não dá prosseguimento ao assunto, e se encontra, já quer beijar, ou me levar para casa sem nem ter me conhecido direito... podendo ter conhecido mas sem essa paciência, achando que só se conhece bíblicamente e intimidade nada tem a ver com sexo, mas sim com troca de experiências.

Em tempo de vidas expressas, prefiro pegar o caminho mais longo com vista para o mar!

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