Cantinho da Helô

Friday, March 27, 2009

Foi apenas um sonho

“Foi Apenas Um Sonho”, filme do cineasta Sam Mendes (de “Beleza Americana”) baseado no livro de Richard Yates, é uma película perturbadora. Trata-se de um clássico contemporâneo (escrito em 61) da literatura norte-americana, eleito em 2005 como um dos livros mais importante do séc. XX.

Trazer de volta a dupla de atores Leonardo DiCaprio e Kate Winslet (sucesso em 1997 com “Titanic”), foi genial, pois os dois possuem uma química fenomenal em cena. Interessante ver DiCaprio (que sempre foi excelente ator) mais maduro para papéis como esse, de um pai de família. Kate, como sempre, dispensa apresentações, pois é uma fenomenal atriz dramática. E, de lambuja, ainda contamos com a presença de Kathy Bates, que vive uma amiga do casal, e de Michael Shannon (ator vigoroso), que vive o atormentado John (personagem interessantíssimo), voz ativa da inconformidade da vida nessa sociedade.

A história foca o declínio conjugal de um jovem e promissor casal. Através de um enredo amargo e angustiante, Yates foi capaz de aglutinar toda a melancolia que existe por trás da paisagem idílica dos subúrbios dos EUA – casas amplas, sem cercas, com gramados verdejantes. E no filme de Mendes, fica claro que a felicidade não está ali. Principalmente na personagem de Winslet, mulher que largou sua carreira para cuidar dos filhos e precisa de uma saída para aquela situação.

Frank e April Wheeler vão caindo no vazio existencial para seguir suas questões práticas do dia-a-dia, e vão deixando para trás os sonhos de juventude. Filme muito depressivo, que faz pensar bastante sobre o que queremos de nosso futuro, e expôe questões sobre conforto, segurança, prazer, fidelidade, trabalho e desejos.

A Pantera Cor-de-Rosa 2

Jacques Clouseau está de volta na continuação da refilmagem da série “A Pantera-Cor-de-Rosa”.

Clouseau (Steve Martin) retorna à ativa quando o inspetor-chefe Dreyfus (John Cleese) o convoca para integrar um time internacional de detetives para solucionar o roubo de tesouros lendários como o Santo Sudário de Turim, o anel do Papa, e o diamante Pantera-Cor-de-Rosa, entre outros.

Um filme engraçado, com elenco afinado e internacional: Andy Garcia, Alfred Molina, Jean Reno, Emily Mortner, Lily Tomlin, Jeremy Irons e Aishwaria Ray.

Saturday, March 21, 2009

Rumba


Rumba é um filme francês, que tem a direção conjunta dos três atores do filme, Dominique Abel, Fiona Gordon e Bruno Romy.

Conta a história de Dom e Fiona, um casal de professores que ama a dança mas mudam o rumo de suas vidas após um acidente em que Fiona perde uma perna, e ele a memória.

É uma comédia, mas eu achei muito chato, e os 77 minutos de projeção demoraram uma eternidade. No entanto, adorei o personagem do ator Philippe Martz, que vive Gerard, um louco suicida que acaba sendo o agente de várias ações (e confusões) do filme.

Destaque para o figurino bastante colorido do filme, em cores sempre fortes como verde, amarelo e vermelho, que dá um efeito bacana na telona.

Wednesday, March 18, 2009

Watchmen

Baseado nos quadrinhos de Alan Moore e Dave Gibbons, o filme de Zack Snyder deve agradar. Deve. Porque eu, infelizmente nunca li nenhuma história desse grupo de heróis e acabei “boiando” o filme todo.

Na história, o herói de caráter duvidoso O Comediante é assassinado e o mascarado Rorschach fica preocupado com o futuro extermínio de todo o grupo. Ele procura os heróis Coruja, Espectral, Dr. Fantástico e Ozzymandias para alertá-los, sem saber que dois dos heróis serão responsáveis por um futuro desastre.

Filme muito violento, com bons efeitos especiais, e um roteiro bem estruturado. Pena não entender profundamente do assunto para ter sido um melhor espectadora.

Vale a pena falar da trilha sonora, um dos pontos altos do filme, que vai de Nat King Cole ("Unforgettable") a Jimi Hendrix ( "All Along the Watchtower"), passando por Simon & Garfunkel ("The Sound of Silence"), Janis Joplin ("Me and Bobby McGee"), e Billie Holiday ("You're my Thrill"), além de outros. O melhor do filme!

Quem quer ser um milionário?

Assisti esse filme na segunda. O novo filme de Danny Boyle (de “Cova Rasa” e “A Praia”) foi o ganhador do oscar 2009, e tem um elenco afinado.

Jamal Malik (vivido por Dev Patel) é um cara obstinado, que fica anos procurando o grande amor de sua vida, a jovem Latika (a linda Freida Pinto). No meio do caminho, se depara com a pobreza, a violência, a má sorte, e o mau-caratismo do prórpio irmão mais velho, Salim ( Madhur Mittal), que sempre coloca o jovem em maus lençóis.

Uma história de como correr atrás dos sonhos pode valer a pena, e da esperança de alcançá-los com a perseverança.

Tuesday, March 10, 2009

O Leitor


Não sei você, mas eu estou cansada de ver filmes sobre segunda-guerra, holocausto, e blábláblá... todos parecem seguir a mesma linha... ou não!

“O Leitor”, filme de Stephen Daldry (de “As Horas”), seguiu por outro caminho para contar a história da guarda alemã, condenada à prisão perpétua pela morte de 300 judias que estavam trancadas numa igreja que incendiou num bombardeio durante a segunda-guerra.

O filme segue pelo ponto de vista de Michael (revezado pelos atores Ralph Fiennes quando adulto , e David Kross quando jovem), adolescente que se apaixona por uma mulher mais velha que o ajuda na rua quando este passa mal. Eles viram amantes, mas um dia ela some.

Anos depois, já na faculdade de direito, ele a reconhece como réu num tribunal ao participar de um polêmico julgamento de crimes cometidos pelos nazistas, e seus fantasmas de juventude retornam.

Ótimas interpretações de Kate Winslet (que ganhou o Oscar por esse filme, apesar de já ter tido papéis bem mais sensacionais), de Fiennes e Kross. O roteiro perde o fio da meada em alguns momentos, e tem uns diálogos toscos em certas cenas, mas no grosso, é uma boa película. Me senti um pouco entediada, mas com certeza não é um filme ruim.
Não é um filme feito para expurgar os horrores da guerra, e sim, um filme sobre um homem que descobre em seu primeiro amor uma mulher capaz de um crime brutal, por algo que acreditava, apesar do ato ser puramente abominável, e a repercussão disso em sua vida. Um argumento que daria mais o que pensar, fosse o filme mais profundo, mas ele é rasinho, e o espectador pode mergulhar na história que dá pé.

O Lutador


Esse filme já tem por si só um mérito: ressucitar Mickey Rourke, ator que, mesmo canastrão, sabe usar seu carisma em todos os personagens.

O longa de Darren Aronofsky se baseia no livro de Robert Siegel e conta a trajetória do astro da luta livre Randy “The Ram” Robinson, ídolo nos EUA na década de 80.

Após um enfarte, Randy tem que rever sua maneira de viver para permanecer vivo. Tenta se reaproximar da filha (Evan Rachel Woods), tenta se relacionar com uma stripper bonitona (vivida por Marisa Tomei), e arranja um emprego num supermercado.

Mas, esse tipo de vidinha não parece funcionar para Randy, que acaba pisando na bola com a filha novamente e perde seu afeto. Também não consegue o retorno emotivo de Pam, a stripper, e seu trabalho já não o agrada mais. Dessa forma, apesar da saúde frágil, “The Ram” volta a fazer o que sabe: lutar.

O forte do filme são as interpretações, mas figurino, trilha sonora e roteiro também estão bem amarradinhos. Cinema do bom!

O Menino da Porteira


Sucesso em 1976 (quando mais de 4 milhões de pessoas lotaram os cinemas) com Sérgio Reis encabeçando o elenco como o peão Diogo, a refilmagem de “O Menino da Porteira” (baseada na música homônima de Teddy Vieira e Luizinho) é muito ruim. Já adianto que a participação do cantor Daniel encabeçando o elenco não compromete o filme. Talvez ele realmente tenha um futuro na nova profissão.

A questão é que o roteiro não se amarra nem sustenta, e as demais interpretações não ajudam. José de Abreu como Major Batista não está muito diferente de Smeegle, o hobbit deformado de “O Senhor dos Anéis”. Só faltava chamar a fazenda de Ouro Fino de preciosa. Vanessa Giácomo parece o selo de qualidade de qualquer produção caipira, e vive mais uma mocinha em sua carreira. Só Rosi Campos se salva, com uma Filoca espontânia e engraçada.

Mas, o pior mesmo é a propaganda exagerada dos patrocinadores durante todo o filme...

Triste, porque eu sempre torço para que um filme nacional seja bom o suficiente para que consiga bilheteria por seu conjunto de predicados, e não apenas pq tem um cantor popular em seu papel principal, ou uma criança fofinha (João Pedro Carvalho, realmente um fofo) emocionando todo mundo.