A Guerra Está Declarada

Dirigido e estrelado por Valérie Donzelli, "A Guerra está Declarada" é uma história de superação através do otimismo. Em vizualizar e focar os pontos positivos no meio de tanta negatividade.

Quando Roméo (Jérémie Elkaïm) e Juliette (Donzelli) se conhecem, fazem piada com a coincidência dos nomes e declaram estar fadados a um destino trágico.

Apaixonados, logo vão morar juntos e têm seu primeiro filho, Adam.

Mas o que parecia uma relação perfeita, e uma família ajustada, logo toma uma reviravolta inexperada e dramática.

Após uma visita à pediatra, o menino é diagnosticado com um tumor cerebral. A partir daí, Roméo e Juliette vão fazer de tudo para que seu filho tenha o melhor tratamento, e tomam a decisão de enxergar a doença somente pelo prisma das possibilidades benignas, tentanto, com jogo de cintura, ignorar a possibilidade de um futuro sombrio.

Boa tentativa de se fazer humor, e trazer uma luz para quem está passando por uma situação deseperadora. No entanto, a película, apesar de baseada em fatos reais, tem um ar de irrealidade, que foge do lado shakespiriano, e fica mais inspirado em Polianna. Difícil dar credibilidade a determinadas situações e atitudes do casal.

Mas, ainda assim, um bom filme para assistir e acreditar que o pensamento positivo pode sim, atrair um "final feliz" para personagens tão sofridos, e que o amor, pode e deve ganhar a batalha.

Inquietos

A famosa história: se você tem, não valoriza, se você vai perder, tenta aproveitar ao máximo o quanto lhe resta.

Esse poderia ser um resumo nada específico, no entanto correto, para a história de Enoch (Henry Hopper) e Annabel (Mia Wasikowska). Os dois se conhecem num velório, em que Enoch é um penetra, e Annie é amiga do falecido.

O rapaz é um sobrevivente do acidente de carro que o deixou orfão, e desde então tem fascínio pela morte. Annabel é uma jovem alegre, cheia de planos, mas que morrerá em 3 meses devido a um tumor no cérebro.

É com ela quem Enoch aprende que precisamos dar valor a tudo, e nunca deixar de sonhar. Fazer planos faz parte da vida, e não se pode disperdiçá-los preso num passado sombrio. Viva cada dia, como se fosse único. Parece clichê, mas na direção de Gus Van Sant, jamais!!! É um ode à feliciade regido com uma certa melancolia, como é na vida real mesmo.

Interessante na trama o amigo-imaginário de Enoch, Hiroshi (Ryo Kase), ex-piloto de guerra kamikase, que aparece para o jovem desde que esse despertou do coma, na esperança de que ele fizesse exatamento o que este não pode fazer: viver sua juventude.

Muito bacana a fotografia de Harris Savides, e interessante a produção ser feita entre pai e filha, o ator e diretor Ron Howard e a atriz Bryce Dallas Howard. A trilha sonora de Danny Elfman completa o pacote.

A Pele que Habito

Perturbadora!!! Não há melhor palavra para descrever a película que Pedro Almodóvar lançou mais recentemente.

Robert Ledgard (Antonio Bandeiras) é um cirurgião plástico que, após o suicídio da sua mulher, horrorizada com o resultado de queimaduras devido a um acidente de carro, se interessa pela criação de uma pele resistente ao fogo.

Robert se torna um sujeito mais recluso e obcecado depois que sua filha Norma também se suicida.

Doze anos depois, ele consegue cultivar esta pele em laboratório, aproveitando-se dos avanços da ciência, mas atravessando campos proibidos como os da transgênese com seres humanos.

No entanto, este não será o único delito que o cirurgião irá cometer, o que torna o filme uma reveladora história de loucura, obsessão e sequestro. Um espécie de Dr. Frankenstein do século 21.

No elenco, ainda: Marisa Paredes, Elena Anaya e Jan Cornet, em ótimas e profundas atuações.