Esse Amores

O diretor Claude Lelouche é um luxo! Quis homenagear o cinema com essa nova obra, e fez um filme forte, simples, livre e poético.

Ilva (Audrey Dana) é uma mulher que se apaixona com facilidade, e com isso, acaba pagando pela inconsequência de seus amores.

Filha de uma prostituta fugida da itália, ela é acolhida por um padrasto amoroso, que no entanto, em plena segunda guerra, faz parte da resistência.

Para evitar que ele seja fuzilado, Ilva pede ajuda a um oficial alemão, e acaba trocando seu primeiro namorado pela perigosa paixão. A jovem acaba muito mal-vista quando os aliados ocupam e libertam a França, e quando está para ser presa, é salva por dois soldados norte-americanos, e se apaixona pelos dois. Decide no cara ou coroa com quem irá se casar, mas um acaba assassinando o outro sem que a moça saiba, e ela casa com o homem errado. O divórcio é certo, mas acidentalmente, Ilva mata o marido.

Aguardando julgamento, se apaixona pelo advogado, que ganha sua causa, e fica com a moça.

Um filme sobre coragem e amor, e o sofrimento que este causa, mas também as delícias de compartilhar um sentimento tão honesto, e não ter medo de vivenciá-lo.

Medianeras

É impressionante como quando existe uma boa idéia, não precisa-se de muito para que um filme fique interessante.

É o caso da película argentina "Medianeras", que tem como tema central o amor em Buenos Aires na era virtual. No entanto, o assunto vale para qualquer metrópole do mundo.

O diretor Gustavo Taretto, que também assina o roteiro, foi simples, direto, engraçado e brilhante nos 95 minutos de projeção.

A história de Pilar e Martin acontece todos os dias nas ruas, mas colocar esse cotidiano na tela grande faz com que o público se identifique de imediato com o casal, que mora na mesma rua, em prédio paralelos, mas nunca se encontrou.

Os atores Javier Drolas e Pilar López de Ayala dão o tom certo aos personagens, o primeiro, um webdesigner que é tão dependente do mundo virtual, que mal sai de casa, até para caminhar com sua cadela Susu. Já Mariana é uma arquiteta solitária, que monta vitrines, e observa a vida como se estivesse habitando uma.

Interessante no roteiro é mostrar que Mariana procura Wally (do famosos livrinho infato-juvenil 'Onde está Wally?') na cidade, e nunca o encontra. E esse é o mesmo dilema de sua vida, nunca encontrar sua cara-metade na capital.

Só que esta busca está perto do fim.

Um filme moderno, inteligente, divertido e bom a bessa de se assistir!

Quero Matar meu Chefe

"Quero Matar meu Chefe", dirigido por Seth Gordon, não é um grande filme, mas tem seus momentos. Alguns, eu diria.

A começar pelo elenco: Jason Bateman e Jason Sudeikis estão ótimos como funcionários vitimados pelos patrôes, Kevin Spacey, um verdadeiro sádico, e Colin Farrell, um "xinxeiro" completamete imbecil. Já Charlie Day tem numa atuação histérica e cansativa. Dá vontade de matá-lo, e não à sua chefe, vivida por Jennifer Aniston, em supreendente atuação como uma dentista tarada. Não dá para tirar os olhos de Jen quando ela está em cena, e suas falas são sempre interessantes e espirituosas.

A história corre redondinha e não é previsível em seu desfecho, o que é ponto para o filme, mas não sei porque, fica aquela sensação de que falta muita coisa à trama, que poderia ser muito melhor explorada, mediante ao leque de opções que o tema oferece.

Amor a Toda Prova

Cal Weaver (Steve Carell) acha que tem uma vida perfeita: uma bela esposa (Julianne Moore), 3 filhos, uma emprego e uma casinha no subúrbio. Até que tudo desmorona quando Emily pede o divórcio, e Cal percebe que alguma coisa se perdeu naqueles anos todos de relação.

Para ajudar o perdido quarentão, aparece Jacob (Ryan Gosling), um solteirão convicto e estiloso que coleciona uma lista de mulheres, até por fim, se apaixonar perdidamente por Hannah (Emma Stone), que é nada menos que a filha mais velha de Cal.

E as confusões no roteiro não páram por aí, mas, se contar, o filme perde a graça. O elenco, nem é preciso mencionar, é a cereja do bolo da história: Steve Carell, Julianne Moore, Ryan Gosling, Emma Stone, Marisa Tomei, John Carroll Lynch e Kevin Bacon. Fora o garoto Robbie (vivido pelo ator Jonah Bobo) que tem 13 anos, mas já atua como gente grande.

No mais, a direção de Glenn Ficarra e John Requa é bem correta, e as indas e vindas do roteiro não deixam o espectador perdido na trama, e nem são confusas. Pelo contrário, dão o tom de comédia nesse drama romântico.