Cantinho da Helô

Tuesday, November 30, 2010

Você Vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos


O diretor Woody Allen sabe como poucos explorar as imperfeições, angústias e insanidades humanas.

Mentira, traição, amores proibidos, pressões do dia-a-dia, carreira promissora que fadou ao fracasso, crise de meia-idade e mãe problemática são ingredientes do caldeirão de "Você Vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos" (bordão que quase toda cartomante usa ao receber uma cliente desesperada).

No entanto, o título é apenas uma promessa, já que o roteiro é um miserê sem dó.

Dois casamentos estão chegando ao fim. O de Alfie e Helena (Anthony Hopkins e Gemma Jones), e de sua filha, Sally (Naomi Watts).

Alfie deixa Helena em busca da juventude perdida e apaixona-se pela prostituta e aspirante a atriz Charmaine (Lucy Punch). Em meio ao desespero, Helena procura amparo no alcool e nos conselhos de uma charlatã chamada Christal (Pauline Collins).

Roy (Josh Brolin), marido de Sally, era médico até lançar um best-seller e ser um escritor promissor que enfrenta uma decadência criativa.

Sally quer filhos, mas também quer estabilidade financeira para montar sua galeria de arte, ao mesmo tempo em que se apaixona por Greg (Antonio Banderas), seu chefe.

Roy, por outro lado, tem a chance de se relançar como escritor nas mãos, mesmo que de forma usurpadora, e suspira pela misteriosa Dia (Freida Pinto), mulher de vermelho que mora no prédio vizinho.

Apesar da ótima interpretação do elenco, a sensação é de uma história inacabada, posto que apenas Helena parece encontrar algum conforto sentimental ao fim da película. E Roy, mesmo junto à sua musa, fica à mercê do destino, já que cometeu um pequeno delito que pode se transformar num grande processo.

Comédia romântica, mas com carinha de drama.

Monday, November 22, 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte - parte 1


Já é sabido que nunca li um livro da saga Harry Potter. Quando o primeiro foi lançado, eu já era adulta, e não me interessei.

Mas, quando foi parar no cinema, a coisa mudou de figura. Assisti a todos, e devo dizer que a produção é muito esmerada, e segundo minha sobrinha, leitora voraz e fã, os filmes são fiéis reproduções dos livros.

Dessa forma, me sinto bem a vontade de comentar o que assisto.

O tom da adaptação continua sombrio como o diretor David Yates e o roteirista Steve Kloves já faziam elegantemente desde o quinto filme.

No entanto, desta vez há sequências mais adultas (muito legal ver que o filme cresce conforme os personagens vão atingindo a maioridade), violentas e dramáticas.

Fora dos muros protetores de Hogwarts, o trio protagonista (Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint) consegue seus melhores momentos de interpretação em toda a série.

Segundo o diretor Martin Scorsese, Rupert Grint, que enfim consegue deixar de ser o amigo cômico de Potter para disputar de igual para igual a atenção com Radcliffe, será o "próximo Leonardo DiCaprio". Será???

A trama começa com a ameaça dos Comensais da Morte de Lorde Voldemort (Ralph Fiennes) ganhando proporções alarmantes, tanto que Harry, Ron e Hermione precisam tomar providências para proteger seus familiares.

Com o inimigo à solta agindo impunemente e infiltrado em todos os lugares, é preciso esconder Potter, que se torna a última esperança da resistência dos bruxos para impedir o reinado de Voldemort.

O Ministério da Magia cai e a situação se complica. Os três amigos partem em busca dos únicos artefatos que podem parar de uma vez por todas esses eventos: as horcruxes.

Essa busca fica mais emocionante devido à ótima e obscura fotografia de Eduardo Serra, novato na franquia, que traz cores diferentes e grandiosos cenários naturais ao que antes era apenas efeito de computador.

Outra novidade é a trilha sonora de Alexandre Desplat, cuja harmonia lembra muito os temas fantasiosos criados por John Williams ("Star Wars", "Indiana Jones", entre outros).

Infelizmente, para os fãs, a 2ª parte da saga só chega às telas em julho de 2011. O jeito, é ter paciência!

Sunday, November 07, 2010

Cyrus


A comédia dirigida pelos irmãos Jay e Mark Duplass é bastante diferente, garantindo risadas e um pouco de estranhesa do espectador.

Conta a história de John, que desde sua separação, não teve mais vida social.

Na tentativa de animar a vida de seu ex-marido, Jamie, que está prestes a casar novamente, o leva para uma festa e ele conhece a mulher da sua vida, Molly.

Os dois começam um relacionamento apaixonado que, no entanto, terá que esbarrar com o ciúme excessivo e a dependência de Cyrus, filho de 22 anos de Molly, que se recusa a sair de casa e coloca John em várias saias justas.

Será que esse romance dará certo, mesmo com o boicote de Cyrus?

O melhor do filme é seu elenco, composto por excelentes atores como John C. Reilly (John) , Jonah Hill (terrivelmente irritante como o mimado Cyrus), Marisa Tomei (Molly), Catherine Keener (Jamie), e Matt Walsh (Tim).

Friday, November 05, 2010

Um Parto de Viagem


Todd Phillips caiu nas graças do público e da crítica no ano passado ao lançar a impagável comédia "Se Beber, não Case", um dos filmes mais interessantes e divertidos que eu já tive a oportunidade de assistir nos últimos anos.

Sua nova incursão às telonas, "Um Parto de Viagem", não é tão divertida quanto o filme anterior, mas tem sua graça e seu charme.

Conta a história do arquiteto e futuro papai Peter (Robert Downey Jr.), que tenta desesperadamente conseguir estar presente no parto de sua esposa em Los Angeles, mas no meio do caminho esbarra com Ethan (o barbudo carismático Zach Galifianakis). Este, um aspirante a ator cujo objetivo de vida é chegar em Hollywood e trabalhar na série "Two and a Half Men", é o autor das enormes confusões que fazem da viagem de Peter um inferno.

No filme, ainda a participação de Jamie Foxx, Michelle Monaghan e Juliette Lewis.

Mistura de road movie e comédia, com piadas imprevisíveis, nem sempre corretas, mas muito bacanas de assistir.

Tuesday, November 02, 2010

Homens em Fúria


A tradução do título para o português atrapalha muito a compreensão do enredo de "Homens em Fúria", cujo título original é "Stone", apelido do personagem de Edward Norton.

No filme de John Curran (de "O Despertar de uma Paixão"), Robert de Niro é Jack Mabry, homem cansado dos anos de trabalho como oficial de condicional, que vive um casamento de fachada com a esposa que não o ama há mais de 40 anos.

Stone é um condenado que já cumpriu oito dos seus doze anos. Ele deseja a liberdade condicional, mas para isso precisa passar por Jack, agente prestes a se aposentar que tem por função avaliar a condição psicológica do preso antes que este saia em liberdade.

Para conseguir sua libertade de forma eficaz, ele recorre à sua bela esposa Lucetta (Milla Jovovich), professorinha primária que faz de tudo para seduzir o velho policial.

Não há fúria em nenhum dos dois homens, pelo contrário, o filme é morno, cansativo, e até mesmo demorado. Para o lado masculino, vale as cenas de nudez de Milla, que é muito bonita, e fora da série "Resident Evil" ou outros filmes de ação, mostra que consegue representar.

O elenco é bom, mas o roteiro é arrastado, e muito desmotivante. Furioso fica o espectador após a sessão e sua propaganda enganosa.

Holy Broadway


Foi a primeira vez que adentrei o Plataforma. Lugar icônico, de show de mulatas tipo exportação, não sabia que em seu piso térreo abrigava o Bar do Tom, um restaurante com shows, bem no estilos desses norte-americanos.

Fui convidada pelo cantor, o músico Eduardo Poyares, de quem até então nunca tinha escutado uma nota, e fiquei admirada com a bela voz e a bela performance deste e dos músicos da banda que o acompanham.

Para completar, o host do show, ninguém menos que o lendário Miele. O homem é uma referência do show business nacional há anos, e estava ali, cara-a-cara conosco, nos entretendo como poucos.

"Holy Broadway" acabou sua temporada nesta sexta, 29 de outubro, mas espero que Miele possa promover outras temporadas. Uma pessoa como eu, que nunca esteve em Nova Iorque, poder escutar os clássicos da Broadway tão perto da minha casa, é uma experiência e tanto.

Bravo!