Cantinho da Helô

Monday, November 27, 2006

Desde que você se foi

Desde que você sumiu,
Escrever ficou difícil!
Antes, era um vício.
Agora, um artifício!

Desde que você se foi,
Começou meu armistício.
Martírio disfarçado,
Ócio e lixo!

Friday, November 03, 2006

Insuficiente

Beijos, muitos beijos! Beijos sempre!
Intensos, ternos, impetuosos, gentis.
Carinhos, sussurros, posições mil!
Pra vc bastou?
Para mim, não!
Quero mais, quero bis!
E, isso, independe de mim...
Mas sou toda vontade!

Mil vezes você

De dia e de noite,
No café, no almoço e na ceia.
Durante meu banho, meus passeios, meus estudos, meu sono.
Em conversa com amigos, em meio a minha família.
Todos os meus afazeres dividem espaço com a sua lembrança!
Pobres neurônios que tentam, em vão, evitá-lo aqui dentro.
Mil vezes você!

Queria ter te beijado!

O olho no olho tímido,
De quem não sabe o que fazer.
O roçar de mãos inexistente.
O quase pegar na cintura,
Que, por resistência, faz a mão cair.

O beijo demorado na bochecha,
Dois! Quatro!
A sandália que demorei a encontar o par - de propósito,
no fundo escuro do carro.
Os olhares profundos e demorados (em vão) de minha parte.

Por fim, a mensagem desconsolada:
Queria ter te beijado!
Que, sem resposta,
Em mim ficou tão lamentada.

Thursday, November 02, 2006

Lexotan

Meu sono não é meu!
É forte, mas não é real.
É sono provocado, desses que os médicos receitam.

Meu sono não tem sonhos,
É noite sem lua, sem estrelas – só breu.
É como apagar e acender, sem ver o tempo passar.

De manhã, os olhos pesados, a mente atordoada.
As preocupações somem,
mas as olheiras adiposas revelam.

Meu sono não é meu!
E apesar do descanso,
Meu livre arbítrio desapareceu.

(S)Nós

No relógio, 1:30 da manhã.
Acordei com dor.
Foi difícil dormir, o rosto encharcado por lágrimas féis.
Dormir seria melhor, mas veio a dor. O corpo latejando.
Febre!
Levanto para pedir ajuda mas não encontro.
Onde está você?
O pior da solidão é a solidão assistida, acompanhada, daquelas que nem se repara a sensação do outro.
2:30. Ainda dor. Será tão difícil assim reparar em mim, no meu desamparo?
Antes fosse necessidade só de remédio, mas é de carinho, de calor. O pés gelados já não encontram em quem se esquentar.
Triste!
Meu coração, pura chama! Insuficiente para acender o gélido pavio que leva à pólvora do seu sentimento.