Cantinho da Helô

Wednesday, July 28, 2010

Brilho de uma Paixão


Jane Campion é uma diretora excelente. Fez filmes bacanas como "Fogo Sagrado", "Retrato de uma Mulher", e "O Piano" (esse, meu favorito). Mas em todos ela peca numa coisa, que talvez para mim, como espectadora, seja pecado, e para ela, como diretora, seja uma marca registrada: seus filmes são lentos.

Dessa forma, dependendo de quem for assistir, a projeção pode se tornar cansativa. "Brilho de uma Paixão" não é diferente no quesito ritmo, tanto que confesso que dormi. Mas, no geral, prima por várias qualidades: atores muito bem preparados, locações fantásticas, figurinos de primeira!

Contar a história do poeta britânico John Keats, que era tísico e morreu aos 26 anos sem conseguir renome em vida, e seu romance com a jovem Fanny Brawne, e fazer desta trama um roteiro interessante é um desafio. Mas Ben Winshaw (mais conhecido por seu papel no filme "O Perfume") e Abbie Cornish (de "Candy") defendem bem seus personagens e o tornam sedutores, apesar de castos.

As tramas paralelas ao romance só tornam o filme longo, como se enchessem linguiça. Talvez se o foco ficasse apenas na tensão entre Keats e Fanny, o longa criasse mais caldo, mais substância, tal qual "Orgulho e Preconceito", que é um excelente exemplo de história de amor.

Monday, July 26, 2010

FestLip - Festival de Teatro de Língua Portuguesa

Que bacana poder assistir de graça peças de vários países de língua portuguesa!

Consegui assitir 3 espetáculos.

O primeiro foi "Filhas da Mãe - Fantasias Eróticas das Mulheres Portuguesas", da companhia portuguesa Binólogos, dirigida pela bailarina Catarina Ascensão e a atriz Célia Ramos. Célia estava no palco, e deu vida a várias personagens bacanas. Gostei muito! A peça foi baseada no livro de Isabel Freire "Fantasias Eróticas, Segredos das Mulheres Portuguesas". Muito divertido, com uma cenografia e figurinos muito bons!

Depois vi "Androgínia", do Centro Cultural de Mindelo, Cabo Verde. Com direção e interpretação de Caplan Neves, tive dificuldade com o sotaque caboverdeano, em especial quando a atriz Genu Delgado falava. Mas, luz, cenografia e figurinos, além da preparação corporal dos atores estava muito boa. "Androgínia" foi baseada em Shakespeare, na peça "Como Gostais".

Vi, por fim, "Drummond 4 Tempos", da companhia goiana Novo Ato. Dois dramas e duas comédias baseadas em textos do poeta. Luiz Cláudio e Marília Ribeiro são excelentes atores. Estava tudo ótimo, figurino, luz, expressão corporal, vocal.... nota dez para eles.

E nota dez para o festival! Iniciativa muito bem sucedida essa de trazer companhias de algumas partes do mundo que falam português: Guiné-Bissau, Timor Leste, Angola, Moçambique, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Brasil.

Eclipse

O que dizer? Não posso ser preconceituosa, afinal, li o livro, vi os filmes, mas, sempre me decepciono com essa série "Crepúsculo".

Provavelmente porque sou de uma geração em que filme de vampiro metia medo mesmo. Tinha Christopher Lee muito malzão, e Chris Sarandon (que belo vampiro!!!), que seduzia com o simples olhar e fazia vítimas aos montes. Era sangue, sexo, e suspense.

O que dizer de Edward, ou de qualquer um dos membros dos Cullens? Belos, sem dúvida, mas inexpressivos e insossos que só. Com excessão da personagem Alice, que é uma graça. Robert Pattison é um gato, não duvido disso, mas seu vampiro é tão sem graça que sinceramente, não seduz. E vampiro sem sedução não combina. Vide "Drácula de Bram Stocker", de 1992, em que Gary Oldman, que não é nem um pouco bonito, rouba a cena de Keanu Reeves, esse sim o galã, com tamanho charme, digno de um vampiro que se preze.

E o clã dos vampiros italianos, os Volturi, ainda não foi dessa vez que disseram ao que veio, e é um desperdício de talento de Dakota Fanning, que todo mundo sabe que é muito jovem, mas excelente atriz.

Sobra para Taylor Lautner, que com aquele corpão nem precisava saber interpretar, mas o menino sabe, que bom! E os efeitos especiais, que tornam os índios em lobos é deveras sensacional. Tão natural que beira o real.

Kristen Stewart continua com cara de paisagem, mas me pareceu bem mais a vontade em "Eclipse" que em "Lua Nova". Sua Bella tinha mais energia, e parecia que dessa vez, e quem sabe em "Amanhecer" ela realmente não incorpore a personagem. Vi outro dia um filme da Disney, não lembro o nome, em que Kristen devia ter uns 13 anos. Ela sabe interpretar, acho que ela não achou o tom ainda, mas está pegando no tranco. Estou curiosa para vê-la como a roqueira Joan Jett, que deve estrear em breve nos cinemas.

Ah, sim, a história. Esta é mais emocionante, tem a luta dos vampiros, o que deixa a trama mais empolgante, mas sinceramente, sinto muita falta de "A Hora do Espanto".

Wednesday, July 21, 2010

A Carpa


Em "A Carpa", peça em cartaz no Teatro Leblon (Sala Marília Pera), Ivone Hoffmann e Carolyna Aguiar são mãe e filha.

Roteiro bacana, figurino, luz e cenários idem. Conta a história de 3 mulheres, a mãe russa, a filha que foge para o Brasil antes da guerra atrás de um namorado idealista, e sua filha que aqui nasce. As atrizes se revezam no papel de mãe e filha, cá e lá.

Uma tenta manter as tradições, que quando jovem, contestava. Outra, vive os dramas da vida moderna de 68, onde entram em cena tradição judaica, política e divórcio. Tudo isso em pleno Pessach, importante feriado para os judeus.

As atrizes defendem com firmeza o papel, e a história é muito interessante de se acompanhar.

À Prova de Morte

Já é de se esperar que nos filmes de Tarantino os diálogos sejam geniais, bem adaptados, e bem defendidos por atores, que por menos conhecidos que sejam pelo grande público, o diretor (que sempre faz uma pontinha) consegue que estejam ótimos em seus personagens.

Quentin adora verborragia, adora uma boa música para trilha sonora, e adora violência e sangue. E aquele toque de película barata faz toda a diferença no resultado final do filme.

Ver Kurt Russel inteiro, atuando bem, e antagonista malzão é muito bom! O elenco feminino arraza (Rosario Dawson, Vanessa Ferlito e seu bocão, Jordan Ladd, Tracie Thoms, Sydney Poitier, Rose McGovan sempre sexy, a dublê profissional Zoe Bell, dentre outras (algumas conhecidas de nome ou rosto, outras não, mas muito competentes): mistura de sexualidade e atitude. A mulher "tarantiniana" nunca é apenas uma vítima: ela é forte, e "chuta um traseiro" como ninguém.

Dá-lhe meninas!!!!

Monday, July 19, 2010

Os Incompreendidos


Obra-prima de François Truffaut, que revi com muito gosto após assistir o documentário anteriormente citado aqui no blog "Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague".

Não tinha visto no cinema, e vi no lugar mais improvável, que é em Nova Friburgo, onde não chega esse tipo de cinema, mas devido ao festival de inverno, ganhou uma mostra especial sobre o cinema francês de 1959. Puro luxo, se a sala não fosse mínima com cheiro de mofo, mas isso nem se questiona quando algo tão relevante assim consegue atingir um público tão carente de cultura quanto o friburguense.

O ator Jean Pierre Lead, novinho-novinho, dá início à saga de Antoine Doinel (alter-ego do diretor), que conta com mais cinco filmes excelentes de Truffaut.

Saturday, July 17, 2010

Erasmo Carlos


Muito bacana poder ter o privilégio de ver o "tremendão" ainda em plena forma e mais rock'n roll que nunca no Festival de Inverno do Sesc, lá na minha pequena semana de férias em Nova Friburgo.

Era quarta-feira, mas lotou, com um público animado e muito educado, que sem esforço você conseguia chegar na beiradinha do palco.

O repertório de antigos sucessos era cantado em coro pela platéia animada e bem eclética. A banda de Erasmo está muito jovem, com músicos excelentes (inclusive a galera da banda Filhos de Judith, que manda muito bem) e cheios de pique. Os meninos vão longe!!!

Saturday, July 10, 2010

A Gaiola das Loucas

A peça "A Gaiola das Loucas" é uma produção muito esmerada que está no teatro Oi Casa Grande.

Sou muito fã de musicais, e sempre que tenho oportunidade, assisto. A peça estreou na Broadway em 1983, mas é original francesa de 1973, de Jean Poiret. Já teve duas adaptações para o cinema (uma francesa e outra americana).

Na adaptação brasileira, Miguel Falabela vive Georges, ex-bailarino dono de uma casa de shows gay na Riviera Francesa, e Diogo Vilela é Zazá, seu companheiro e estrela do show.

A vida dos dois vira de ponta a cabeça após vinte anos de união quando o filho de Georges, Jean, resolve se casar com Anne, e esta leva seus pais conservadores para conhecer a família do noivo.

Muito engraçada, elenco afinado de atores e bailarinos. Figurino e iluminação primorosos. E um teatro muito bem adaptado para grandes profuções. Lamento não ter visto "Hairspray" ali.

Friday, July 09, 2010

O Escritor Fantasma


Muito bem escrito, dirigido, interpretado. Filmaço mesmo!!! Roman Polanski intercala fases de genialidade com outras nem tanto, mas desta vez, estava bem inspirado.

Suspense daqueles que prende o espectador na trama, e com uma música de fundo que instiga e deixa tudo mais intrigante.

Não vou falar muito da história, porque vale a pena ir ao cinema assistir. No elenco, ótimos atores, como Ewan McGregor, Pierce Brosnan, Kim Cattrall, Olivia Williams, Timothy Hutton, Tom Wilkinson, Eli Wallach, e James Belushi.

Um filme surpreendente do início até a última cena!