Brilho de uma Paixão
Jane Campion é uma diretora excelente. Fez filmes bacanas como "Fogo Sagrado", "Retrato de uma Mulher", e "O Piano" (esse, meu favorito). Mas em todos ela peca numa coisa, que talvez para mim, como espectadora, seja pecado, e para ela, como diretora, seja uma marca registrada: seus filmes são lentos.
Dessa forma, dependendo de quem for assistir, a projeção pode se tornar cansativa. "Brilho de uma Paixão" não é diferente no quesito ritmo, tanto que confesso que dormi. Mas, no geral, prima por várias qualidades: atores muito bem preparados, locações fantásticas, figurinos de primeira!
Contar a história do poeta britânico John Keats, que era tísico e morreu aos 26 anos sem conseguir renome em vida, e seu romance com a jovem Fanny Brawne, e fazer desta trama um roteiro interessante é um desafio. Mas Ben Winshaw (mais conhecido por seu papel no filme "O Perfume") e Abbie Cornish (de "Candy") defendem bem seus personagens e o tornam sedutores, apesar de castos.
As tramas paralelas ao romance só tornam o filme longo, como se enchessem linguiça. Talvez se o foco ficasse apenas na tensão entre Keats e Fanny, o longa criasse mais caldo, mais substância, tal qual "Orgulho e Preconceito", que é um excelente exemplo de história de amor.