Cantinho da Helô

Wednesday, April 03, 2013

Manual de Sobrevivência de uma Maruja Ocasional (parte 4)

Relato de 20 de fevereiro de 2013.


Eu melhorei! Desconheço o que me deixou doente, mas as vezes foi até uma questão psicológica (isolamento, saudade, cansaço). O confinamento pode causar isso. Sei perfeitamente que essa vida profissional não combina com minha vida pessoal e social. Eu sou muito livre! Gosto de caminhar ao invés de usar algum meio de transporte. Bicicleta e moto ainda curto, porque me permitem a sensação de ventinho  no rosto, de portas abertas para o mundo.

Mas, se por ventura tenho que ficar 28 dias dentro de um navio, que eu faça desses 28 dias o mais aprazível possível. Sorte que no navio tem academia. Não estou nem perto de ser uma "marombeira", mas que aqui é terapêutico, isso é mesmo! É só colocar uma música - eu tenho preferência por rock, jazz e blues - e fazer dessa hora a minha hora de lazer.

Como vou num horário que meus alunos não frequentam, fico livre para cantar, e muitas vezes sair dançando pelo container-academia, por que não?

Se tem duas coisas que amo fazer, e as faço prazerosamente, são dançar e escrever. Queria ser paga para dançar. Esse seria meu emprego de sonho!

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Um dos momentos que eu considero "top" a bordo é o por-do-sol. Como agora, enquanto escrevo. É sempre lindo, profundo, algumas vezes laranja, outros rosado, sempre inesquecível!

É um momento que guardo para respirar fundo e me entregar somente à contemplação. Tudo mais fica para depois. É a hora em que eu acredito que a vida pode ser completa, que a beleza existe, que tudo é possível, e mais uma série de pensamentos que faz o ser humano mais resiliente.

E olha que eu não tenho nada de 'poliana' não. Sei que quando tem que dar errado dá mesmo. Mas é bom você sentir que, pelo menos numa hora do dia você pode respirar tranquilo e sonhar, e acreditar que pode. Porque no fundo a gente pode mesmo! Nem sempre do jeito que planejou, mas de algum jeito.

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O barco segue lentamente. Não sei quantas vezes exatamente, nessa viagem, quantas vezes eu fui do sul ao sudeste, e vice-versa.

Uma coisa que não se deve fazer a bordo: pensar em tempo!

Assim que você embarca, a melhor saída é esquecer o calendário. É claro vai ter o dia da pizza, o dia do churrasco, e aí você terá certeza que chegou o fim-de-semana. Mas, tirando isso, todo dia é segunda-feira, do dia que você entra até o dia que você sai. Em compensação, quando se está de folga, todo dia é sábado e domingo. É uma questão de compensação.

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