GAINSBOURG - O Homem Que Amava As Mulheres
"Gainsbourg – O Homem que Amava as Mulheres" é um filme sobre a a obra e a vida de Lucian, nome original do compositor Serge Gainsbourg, de origem judaica.
Lucian queria ser pintor, mas sua verve para música era clara, como percebeu seu pai, um professor de piano reconhecido, detectando e influenciando o filho a utilizar o piano como seu ganha-pão antes mesmo que Gainsbourg se desse conta.
O diretor Joann Sfar cria uma obra onírica e muito bela exatamente por não ser cineasta de formação, e sim ilustrador. Isso permitiu que sua película tomasse certas licenças poéticas que foram o pulo do gato para tirar o filme do hall das cinebiografias ordinárias ao gênero.
Dessa forma, "Gainsbourg – O Homem que Amava as Mulheres" é um conto, como sugere o diretor, uma fábula baseada em fatos reais. Uma mistura do passado com o presente, de vozes reais com projeções subjetivas.
Há uma bela fotografia, baseada na manipulação da cor e da luz, além da maneira em como elas incidem sobre os objetos ou personagens em cena. A direção de arte está perfeita. A infância do compositor na França sob ocupação nazista é traduzida pelo modo em que o menino, aspirante a pintor, representava o mundo e as musas desnudas: entre o tom pastel e alaranjado, quase num crepúsculo outonal.
A noite é azulada. O cigarro que não desgruda dos lábios ou dos dedos do compositor é quase um personagem à parte no filme. As mulheres, estão sempre ao seu redor, para surpresa de todos. O magnetismo do músico supera sua falta de beleza.
Se o conto cinematográfico de Sfar é fiel a alguma verdade, este algo é à música, e ao lado bohemio e "casanova" do compositor, que seduziu e amou as mais belas mulheres da época, como a cantora Juliette Grecco, a atriz Briggitte Bardot, e a aspirante a cantora Jane Birkin, que tornou-se sua verdadeira musa e parceira de trabalhos (vide seu mais conhecido sucesso "J'e t'aime... moi non plus").
Um filme interessante aos olhos e ouvidos, para ser admirado com uma mente aberta, e um pouquinho de nostalgia de uma década de 60 remota, mas que deixou muitas marcas.
Nota 10 para o elenco, em especial para o protagonista Eric Elmosino, um perfeito Gainsbourg. Pena que a atriz Lucy Gordon (Jane Birkin) não tenha vivido para ver a beleza do filme que estrelou. Ainda no elenco, Laetitia Casta (Bardot) e Anna Mouglalis (Grecco).
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