Cantinho da Helô

Thursday, December 22, 2016

A Árvore de Natal


Quando eu era menina, até os meus 12 anos, os Natais em casa eram eventos. A família da minha mãe, muito grande e festeira, ia toda lá para casa, uma imensidão de tios e tias já bem idosos, porque minha mãe é a caçula e já me teve com quase 38 anos.
Era divertido, a fila para os banheiros, longas refeições (tinha-se que se revezar a mesa, ou comer sentado no chão mesmo), eu dormindo no chão para ceder a cama para minha tia Alice, o que eu fazia com prazer, porque a senhoria adorava contar histórias, e a gente ia dormir de madrugada de tanta história que ela contava.
A família com  o tempo foi indo, pouco a pouco, para o plano espiritual. Hoje, com 40 anos, sou apenas eu e minha mãe. Meus primos de segundo grau que tem minha idade não são muito chegados, e como meu pai nunca foi chegado a mim, não tenho muita ligação com a família dele. Mas isso não faz diferença.
Acabo sentindo falta mesmo era da grande árvore que depois disso nunca mais foi montada. Era gigante, até o teto, e eu e minha mãe, e a Olga, pessoa querida que nos ajudava, arrumávamos com todo o amor do mundo. As bolas da extinta Mesbla quebravam a toa, era necessário um cuidado especial, mas no final, que beleza ficava.
Isso tudo para dizer que, mesmo sem árvore, mesmo sem a família, que com certeza olha por nós em outro plano, essa é uma das épocas que mais amo, e apesar de toda essa dificuldade polítca e econômica em que o país passa, mesmo assim, é o único período em que consigo sentir que uma certa paz reina.
Queria que todo ano fosse dezembro! (Utopia)

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